segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Perspectiva

                                  Tudo na vida é uma questão de perspectiva.  Já parou pra pensar nisso ?  Nem tudo é tão bom ou tão ruim quanto parece.  A gente (eu pelo menos) tem mania de achar que  nenhum sofrimento de qualquer ser neste e em outros planetas é maior que a dor que nos acomete de vez em quando, que a vida dos outros é sempre é mais fácil…é a tal história da grama mais verde, olhando pra minha eu sempre vejo uns matos queimados, mas acredito que seja consequência da proximidade que olho. Pode ser.  
                                  Nem sei o porquê escolhi esse tema pra escrever aqui, mas como eu queria postar algo vocês vão ter que engolir qualquer porcaria mesmo, ops. Rá.
                                  Veja, você pode acreditar que é uma bebada descontrolada, cachaceira mesmo , daquelas sem conserto , e perceber que não é bem assim, quando mesmo depois de duas tequilas, cinco cervejas, um chopp virado de uma vez.. (só tenho amigos bacanas..) , você ainda controla o movimento das suas pernas, o seu raciocínio é perfeito, e você não acaba a noite indo pro hospital com o olho mais fechado do que já tem habitualmente.  Viu ? Eu nem bebi tanto assim.
                                Se eu contar pra você que dia desses me perdi por uma vez e meia (uma vez e meia porque eu só estava no sentido errado da Paulista, não conta, né?)  no mesmo dia em São Paulo, você poderia pensar que o meu dia foi um inferno, certo ? Errado, foi engraçado demais irritar a motorista, brincando no banco de trás de ver quem não falava por mais tempo, enquanto ela tentava se localizar nas ruas da Bela Cintra. Eu ri, e a irmã dela também, já está válido.  E quanto a ver o frentista do posto de gasolina que não conseguia dar informações parte por estar bebendo gatorade com vodka (certeza) , parte porque as pernas de alguém o desconcentrava.
                                Não posso deixar de comentar a frase que eu ouvi no começo da tarde de sábado, juro pra vocês que eu pensei nela até ontem a noite quando eu finalmente desvendei a budega toda. Enquanto o carro se esforçava pra subir uma ladeira, haja vista a minha massa corporea crescente nos ultimos dias, alguém soltou a seguinte frase ao telefone:  ‘ – eu prefiro beijar a transar ‘  . O meu primeiro pensamento que a minha maldita língua  não conseguiu segurar foi: - PQP , precisamos te arruamar homens melhores.
                                Mas, pensando  por outro ângulo e se o problema na história for comigo ? Pode ser, na verdade, que o ser em questão tenha orgasmos multiplos enquanto beija alguém e eu que sou burra demais e não desenvolvi essa técnica agussada. Por via das dúvidas vou procurar um ‘kama-sutra série beijos’ pra ver se chego ao sublime nível.  Por ora, ainda bem que existe o sexo, pra nós, pobres mortais. Ufa.
                                Agora que sou uma pessoa muito, muito, muitissimo mais madura, daquelas que não faz competiçoes de quem não ri por mais tempo em baladas, droga, não sou madura. Fodeu tudo, perdi meu rumo na vida, perdi meu rumo no texto.
                                Apesar da perspectiva nos proporcionar outras formas de enxergar o mundo e as pessoas,  por todo o contexto aqui mencionado (e pelo que eu mantenho na minha cabeça, por sorte de vocês e porque quero manter meus amigos) é que eu acredito que ninguém é feliz por completo, existem apenas momentos de felicidade ou de tristeza, por mais que estejamos felizes sempre algo incomoda e por mais fudida que esteja a vida sempre algo de bom acontece, por isso desista de se jogar embaixo de um caminhão, e continue a ler a porra do texto, mano.
                                 Pois , um dia em que você fica com dois dedos luxados, toma uma cabeçada na boca, e leva uma narigada no olho, além de se perder por uma vez e meia em SP , não encontra a porra de um pizzaria 24 horas na maior cidade do país ( por acaso se alguém tiver o número de alguma me manda por e-mail) e ainda acorda com o apartamento inteirinho girando a seu redor... Quem diria que foi um final de semana perfeito? Ninguém normal, certamente. Mas, foi. 
                                Sim, perfeição não existe, mas eu a relativizo e dentro dos meus padrões e com as perspectivas adequadas, vale muitão a pena viver. Viu como foi bom não ter se jogado embaixo do caminhão? Prometo a vocês que depois que eu ler o tal livro lhes empresto. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A sobremesa

               Homem não presta. Não vale nada. Mente, traí, ilude. Certo? Certo.  Já fizeram comigo, com minhas amigas, primas, vizinhas, tias e até com a Dona Rute a tiazinha da cantina. Tá acho que a Tia Rute é virgem ainda.
               Toda mulher com mais de 16 anos, limpinha, mentalmente sã, e que pese menos de 300 kg já passou por isso, a Tia Rute não, sortuda dos infernos.  Mas, algumas vezes as situações se invertem.
               Já aconteceu comigo, já maltratei, já enganei, já iludi e estava bem, eu disse BEM consciente do que eu estava fazendo.
                Mas, podemos ser ruins , afinal, um homem não tem sentimento, certo? Parcialmente. Tem homens que tem. De verdade, acreditem em mim. Existe mesmo. Eu conheço pelo menos uns 10, tá 5, ok 3.  
                Depois de passar por mais de uma vez por uma situação assim passei a entender melhor a cabeça desses seres, não é que a gente iluda de propósito, mas em alguns momentos nos vemos sem saída, afinal o que responder quando ele diz olhando no seu olho e segurando a sua mão que você é tudo o que ele esperava ? Dizer ‘ok, obrigada’ parece-me grosseria e minha mãe me deu educação, um pouco.  A ilusão chega a ser involuntária, mas acontece. Faz parte.
                O maior problema é quando tentamos nos convencer de como seria bom se gostássemos dele de verdade, e cometemos o maior pecado: a auto-ilusão, mas, isso passa na mesma proporção que o nível alcoólico do sangue abaixa.  Não adianta, o amor que vem com o tempo é o de amigo e de amigos eu estou satisfeita, obrigada.
                Tem coisa que não dá pra insistir que não vai acontecer, uma sobremesa nunca vai matar a fome. Nunca.  E se você tentar se entupir de sorvete de creme com calda de chocolate vai ter uma dor de barriga do caralho, sua taxa de glicose vai subir,  suas veias fatalmente vão entupir e fudeu, você nunca mais será iludida, pois acabará com 300kg igual a virgem do começo do texto, lendo capricho e fã do Fiuk.
                Eu não iludo mais, hoje, por enquanto. Mas, se você está passando por isso... ou deixe a consciência de lado, ou tome umaS cervejaS todoS oS diaS... ou já sabe o que fazer.
                É isso que temos pra hoje. Qualquer semelhança, foi de propósito mesmo. 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

True to myself

                               Engraçado que com quase 24 anos de idade eu me pego com algumas manias , ou melhor, alguns problemas que trago desde criança.  Falar. Ta aí uma dificuldade que eu tenho, quem me conhece vai imaginar que estou falando do meu pequeno, minúsculo e imperceptível problema com a letra ‘r’. Não, não é disso que falo. Quem me conhece bem ( e isso eu conto nos dedos de uma só mão e até acho que sobrem dedos ) vai saber que em algumas situações peculiares eu simplesmente não consigo falar, eu travo e não saí nada.             
                                Normalmente isso acontece em situações de grande estresse : cíumes, raiva, tristeza e blá blá blá.  Eu penso tudo o que eu gostaria de falar mas simplesmente não sai e me reservo no direito de dizer: ‘ok, tudo bem’. Muito maduro não ? A minha sorte é que isso acontece apenas com problemas meus , senão eu seria uma advogada morta de fome.
                                Ontem eu descobri que além das situações de grande estresse eu também travo quando tenho medo/vergonha/receio do que a outra pessoa vai pensar de mim, e isso, claro, porque a pessoa em questão é importante na minha vida. Enrolei por mais de meia hora pra começar a contar algo que falei em 9 minutos, sendo que 8 deles nada tinham a ver com o que realmente interessava. Só depois de certo tempo, quando o sono já batia (e o sono em mim tem o mesmo efeito da bebida) e que o ‘nível’ da conversa foi melhorando.
                                Não conseguir falar algo que eu preciso pra uma pessoa que eu sei que não vai me julgar é algo que me incomoda de verdade. O que me tranquiliza é que eu sei que não sou a única com esse problema, acho até que é muita gente tem e não assume. Não é fácil dizer certas coisas e tomar certas atitudes muito menos.
                                Não é fácil tirar alguem da nossa vida quando ainda gostamos e por mais que saibamos que não vai dar em nada, sempre aparece um maldito pensamento: ‘ e se de repente’ ..  ‘E se' é a maior auto-enganação que existe.
                                Ser sincero é dificil e ser sincero consigo mesmo é ainda pior, por mais que a gente saiba que àquela pessoa não vale nada, não é digna de confiança, tem um nariz de platina ou uma namorada infantil, lunática e mesmo assim ele está com ela não é fácil odiar tais pessoas. Por quê?
                                Deveria existir um botão que apagasse algumas pessoas da nossa vida, já que eu não consigo mandar embora quem me machuca o botão era uma solução que eu poderia utilizar bebada, né? E não venha me dizer que o sofrimento enobrece o homem e que eu seria uma pessoa diferente hoje se não tivesse passado por todos os problemas que passei, pra você, eu só digo: mimimi. (Sim, tenho 23 anos, juro!) . Se acha mesmo isso, pegue minhas dores e vá ser feliz , alí, bem longe de mim. Vai.
                                Acho uma puta bobagem a segunda parte daquele mandamento: ‘Amai (...) e ao próximo como a ti mesmo’. O erro todo começa aí, deveriamos quando criança, sermos educados com o seguinte pensamento: Ame você, você, você  e depois se sobrar espaço goste um pouquinho do seu próximo. Eu nunca vi uma pessoa que pensa assim (e eu conheço algumas) sofrer por alguém, abrir mão de coisas por alguém e se colocar em segundo plano. E vai me dizer que esse tipo de pessoa age mal ?
                                Pode até agir mal, mas é o que eu quero pra mim. Hoje,  não acredito em quase nada e em quase ninguém e a culpa disso é só minha que não enxerguei as coisas dessa forma no tempo certo.
                                Ser mau é o que pega, ser do mal, pra mim, hoje, é uma forma de mudança sim, de evolução SIM, afinal não sentir o ar faltar, o coração apertar e o mundo cair parece uma forma bacana de se viver. Não acha?
                                Então, prometo que vou tentar ser mais sincera comigo mesmo, pensar menos nas pessoas que não devo e viver uma versão nova, muito mais do mal que a de antes., tentando falar mais o que eu penso, usar menos o gerúndio e dormir mais sem meias. Só espero que essa não seja só mais uma forma de auto-enganação.
                                'Call me selfish if you will, my life I alone I can live . I say, Isay.'  ♪ ♫

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A mentira do segredo.


                                   Já faz um tempo que eu percebi isso. Percebi a farsa do ‘segredo’, àquele livro, sabe? Perdi 3 horas de leitura naquelas 198 páginas, e se você ainda não leu, sorte sua. É tudo mentira, ilusão. Eu de verdade tentei viver aquilo e não funcionou.
                                O fato de você desejar realmente uma coisa não fará que o universo magicamente conspire a seu favor, até hoje eu nunca ganhei na mega sena, não dirijo uma ferrari, minha mãe não mudou e ainda não encontrei o amor da minha vida , se é que isso existe.
                                Incrível como ainda me pego acreditando nessas bobagens, se eu não fosse tão malíciosa em alguns momentos, poderia jurar pra você, leitor, que sou ingênua, mas, não sou. Burra talvez, idiota tem chance, mas ingênua jamais.
                                Hoje eu descobri, aliás, hoje não, faz alguns meses, que aquela lei de fisica de atração, só deve funcionar com a gravidade , e nada mais, nada mais mesmo. Se alguém te disse que fazer o bem atraí o bem , esquece, acredita em mim que é muito mais lucro. 
                                Já fiz muito mal pra uma pessoa, aliás, pra algumas, e tive delas o melhor, é bom estar no comando da situação, é bom não ter coração e muito melhor não se abalar com o sentimento das pessoas. Vivi assim por mais de 06 anos e deu muito certo, pelo menos pra mim. E com quem mais eu tenho que me preocupar além de mim? Ninguém. Essa é a resposta certa e a partir de segunda-feira pensarei assim.  Não, segunda não, hoje.
                                Nem Gandhi, que é o pai da bondade moderna, teve o seu ‘happy end’, morreu pobre, viuvo, e todo lascado, tá, tudo bem, ele é famoso e idolatrado hoje, mas não tenho pretensões para martír. Viver bem agora já me é suficiente. Viu só ? Sou uma pessoa de poucas ambições.
                                Hoje, ou ontem, ou há oito meses.... Não sei também. Quis ser diferente, resolvi não mentir, não trair a confiança das pessoas e fazer o bem, olha, não tem funcionado. Acho que isso daria uma boa tese de doutorado, não na minha área, mas enfim... Essa tal lei da atração é só pra fazer com quem não acredita em céu e inferno, como eu, faça o bem pras pessoas, acreditando que tudo que fazemos será recompensado com coisas boas também. That´s bull shit!
                                Perdi 3 horas do meu tempo, R$ 35,00 do meu dinheiro e mais ou menos uns dez meses da minha vida acreditando nisso. Quero tudo de volta e quero agora. Tá, eu sei que não tem jeito, mas pelo menos querer eu posso né ?  Não, não posso. 
                                 Agora vou aplicar a terceira lei de Newton, força de igual intensidade, na mesma direção e em sentido contrário. Boa sorte pra você. 


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eu quero a minha liberdade

                  
                 Dia desses enquanto eu discorria sobre o direito constitucional à liberdade, parei pra pensar que esse,  apesar de ser considerado fundamental pelos colegas de trabalho do Tiririca, digo, pelos legisladores, não passa na verdade de uma norma hipócrita.
                  Vivemos com uma falsa sensação de liberdade.  Já percebeu? 
               Ninguém tem liberdade pra nada, nunca.  Vejamos, você pode chamar um caucasiano de : ‘ branquelo ‘, ‘leite ninho’, ‘boneco de neve’ e não tem problema algum.  Ou tem? Agora experimente chamar um negro de ‘negão’. Você que acha que vive em um país livre, mas não pode expressar o óbvio sem responder criminalmente por isso.
                Acabamos de presenciar neste ultimo final de semana o maior exemplo de ausência de liberdade, a maioria dos brasileiros, não me incluo aqui, não vota pra exercer um DIREITO cívico, mas por uma obrigação legal. Cadê a liberdade? Cadê?
                Cadê meu direito de andar de havaianas no shopping Iguatemi sem que pensem que é um assalto?
              Cadê meu direito de não dar bom dia ao chegar no trabalho sem que pensem que eu sou mal comida ? Cadê meu direito de beber e dançar funk ?
                Não tem. Não existe.
                A liberdade foi tirada de nós no momento em que nascemos e é assim até hoje. Por que não posso ter amigos sem ter necessariamente que estar pegando algum deles ? Por que eu não posso morar sozinha sem que uma tia velha e ' bem casada' ligue pra saber se estou feliz? Por que eu não posso estar solteira e não querer casar ? Por que eu não posso transformar meus amigos na minha família?  E se eu quiser eles na minha certidão de nascimento? Olha que.... nada não.
                Eu sei que nada é absoluto e que deve haver restrição para que vivamos de forma razoavelmente organizada, mas FODA-SE.
                Eu quero a minha liberdade. Quero poder amar pessoas que eu AINDA não conheço, quero poder dizer que não gosto de religião e não vou a igreja mais e que nada de mal vai me acontecer por isso.
            Quero poder largar meus 4 empregos e não ter que me preocupar com as contas ao fim do mês.  Quero beber todo dia olhando a praia e não morrer de cirrose.
                Não quero ouvir que meus planos/sonhos/desejos não vão acontecer. Não quero ter que gostar ou não gostar de alguma coisa, eu posso achar mais ou menos. Ou não ?
                Desconfio que não exista uma pessoa livre, realmente livre e contrario o pensamento de Luis Fernando Veríssimo, nem quem não tem medo do ridículo é livre.
                Que tenhamos menos limites e sejamos mais livres. Eu encontrei a minha pseudo, porém feliz liberdade, o meu novo ‘trabalho’, que está cerca de 427 km daqui.  E desse trabalho eu não quero férias.
   Boa sorte na sua busca. 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu já, você não.

                   E foi durante uma viagem à Europa que a gente se conheceu. Mentira, mas achei chique começar assim, um começo de post muito melhor do que seria se eu contasse a verdade...
                              Já se passou um bom tempo. A minha vida mudou, ficou mais conturbada, confusa, tumultuada, temerosa, mas eu vivi melhor.
                               Às vezes estamos juntas, as vezes separadas, mas sempre presente quando mais precisamos. Se uma some a outra aparece.  Eu sei tudo sobre ela (acho) e ela sabe tudo sobre mim (certeza) . Eu se fosse você e quisesse pega-la me trataria muito bem.  Eu se fosse você e quisesse me pegar, além de me tratar MUITO bem, bem mesmo,  a tratava também. Pode ser útil.  Acredite.
                               Tenho certeza que você não sabe que ela adora flores, adora palavras bonitas e sinceras muito mais do que adora uma jóia cara, mas dê a jóia cara também. Não sabe que eu comia carninha ruim quando ela tinha que comer e que eu não bebia coca-cola quando o estômago dela não permitia (e fiquei sem beber por muito tempo). Não sabe que ela tinha medo de perder a personalidade por ter que comer carninha...e não foi você que disse o quanto admirava ela em tantas outras coisas.
                               Se o seu nome começa com ‘ R’ e termina com ‘o’ eu te daria dicas valiosas para conquista-la : Compre uma caixa de sonho de valsa, outra de bombons recheados de cereja, diga o quanto você odeia ler e o quando é adepto a tortura de animais. E aproveita que a dica tá de graça hoje e que eu nem levei em conta o quanto eu te odeio e tenho um ciúme absurdo, daqueles que supera o racional, que dói. E leva outra valiosa dica REZE pra NUNCA me encontrar por aí, afinal, não consigo controlar o terceiro pedal do meu carro.
                               Aposto uma meia velha e furada que você não sabe que se ela pudesse comeria todo o pote de sorvete de milho e que mesmo sem poder ela come, que a parede do quarto dela é azul, que perto da casa dela tem uma pracinha com banquinhos que já presenciaram muitas das nossas conversas, muitas mesmo.
                               Você já fez um vídeo com desenhos do paint pra ela e postou no youtube? Não? Então, desculpa, mas ela não vai casar com você.  Você estava lá quando o mosaico ficou pronto? Estava junto nas aulas de sábado?  Não, né? Imaginei, não me lembro de você por lá.
                               Você também nunca falou por mais de 20 horas com ela durante quase quatro meses, nunca atrapalhou as aulas, os intervalos, os almoços em família. Você nunca vai saber sobre o Jamal, sobre os bicos, sobre as manhas, sobre coisas que só a madrugada sabe.  Você não sabe o efeito que cerveja com groselha causa nela e que no mesmo dia que eu descobri perdi uma lasca do meu pé.
                               Você NUNCA a viu do jeito mais frágil, com o olhar mais forte e com a coragem pra viver que eu invejo todo dia. Você nunca ouviu ela dizer  que te ama enquanto andava pela areia da praia, descalça , vendo o mar...
                               Você não tem dois filhos com ela, dois filhos iguais, comprados achando sinceramente que eram diferentes. Não tem.
                               Ela nunca chorou com você, nunca partilhou nada que realmente importasse. Você nunca confiou nela a ponto de contar coisas que te machucam ao lembrar.  Não é pra você que ela conta todos os namoros, casos, pegas e as fodas avulsas. Não, ela não faz isso, brinquei.
                               Você, tenho certeza, não faria de tudo pra não ouvir a voz triste dela ao telefone, não imitaria voz de criança, nem dividiria os homens nus do seu ‘aguem’, não falaria nomes de cidades difíceis só pra ouvir aquela risada gostosa no telefone e nem mostraria pra ela o quanto acha errado ela oferecer tudo isso pra quem não merece.
                                Você não se preocupa, não se importa, não trocaria a tua paz pela dor dela, você é passageiro, é breve, não veio pra ficar. E no que depender de mim vai continuar ocupando a mesma posição que já ocupa : nenhuma.
                               E mesmo que algum de vocês faça por merecer estar ao lado dela,  eu vou continuar aqui, sendo a Vida da vida dela.
                              

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Move on

                           Duas coisas me fazem escrever melhor  (no meu conceito, claro):  o amor e  a fossa .  Então aproveitemos a inspiração dada a mim no final de semana, borá atualizar essa budega. E por mais que eu esteja tentada a discorrer de forma emotiva, temperamental e emo sobre o que aconteceu, não o farei.
                               Começarei com uma frase dita por uma amiga no sábado a noite, momentos após eu ter pedido pra ela me desejar sorte: ‘ Escorpiana não precisa de sorte precisa de vontade’. 
                               Vontade.  Ta aí a palavra que marcou meu final de semana.
                               A tal palavrinha começou a ser exercida na sexta-feira, a falta de disposição pra me encontrar com uma amiga acabou atraindo coisas negativas e realmente não a vi, e quer saber foi melhor assim, tenho certeza que ela também pensa assim, agora.
                               Quanto mais o relógio insistia em andar mais eu sentia algo me afligindo, a falta de vontade de ir pra aula, o projeto do mestrado pra desenvolver, a prova de domingo, tudo isso parecia que não me pertencia, mas eu segui em frente pra cumprir tabela.
                               Cheguei a São Paulo e fui pro meu ritual habitual: Mc, LAB,  biblioteca, aula e eu continuava não querendo estar ali.  E como uma sexta-feira típica paulistana, o frio e o trânsito da Paulista imperavam.
                               Ainda no caminho veio o convite  - festinha na usp? – Ah não sei. – 4 latas de skoll por R$ 5,00. – Daqui uma hora estou pronta.  Passamos o P3 e chegamos na rockeria, cerveja, rock do lado de fora, funk no refeitório e tudo estava mais ou menos. Nem tão bom nem tão ruim.  Uma galera fantasiada, pra manter a tradição, lembro de ter visto a mulher maravilha, Noel, Zorro, e uns garotos fantasiados de RESTART, mas nesse caso, não era fantasia eles se vestiam assim mesmo... E quem sou eu pra criticar a banda  que ganhou 5 VMBs ? Bom, eu sou eu.  E aquilo não devia ser chamado de música.
                               Totalmente  sem expectativas pra noite, eis que surge um amigo de doze anos atrás, eu confesso que nem o nome eu lembrava, mas o rosto tava guardado e as brincadeiras na piscina dos Astúrias também.  E pra surpresa ele agora é quase um vizinho, bixo na USP, mais alto, o mesmo cabelo loiro, mas com muito menos espinha.
                               E o libriano caiçara foi a feliz surpresa da noite, conversamos, dançamos e bebemos a valer, lembro dele pegado uma japonesa e eu pensando : - Danadoooo, cresceu.   Como o álcool a essa hora já fazia efeito eu não  me lembro de todos os tópicos discutidos com ele esse final de semana, mas foram muitos, de festas na FAUS a problemas de família. Foi bacana rever um amigo.
                               Dormi e quando acordei meu transtorno obsessivo compulsivo teve inicio, mal abri os olhos e já tava procurando o celular, tinham 3 sms, mas nenhuma de quem eu esperava... e foi assim o sábado , o domingo e é assim que vai ser agora.  
                               Sábado eu repeti a saída com o amigo libriano e que não acredita  em signos, mas ele é um típico libriano, até nisso. Bom papo, boa companhia e muitas risadas pra que eu esquecesse algumas coisas.
                               No domingo até aconteceram algumas coisas bacanas de manhã, fora o frio, e fica a dica: Nunca lave todos os seus moletons de uma vez só.  
                               A noite eu tomei coragem pra resolver  um ‘problema’ que se arrastava por um tempo, apesar do medo da resposta, e de levar meia hora pra formular 10 linhas no MSN, apertei o enter, e o que eu esperava aconteceu.  Ler de alguém que você gosta que aquilo que você achava que era uma qualidade na verdade te torna ‘diferente’ e um diferente que pelo visto não é bom, machuca, acreditem! 
                               O bom de se ter vivido quase 24 anos é que sabemos que tem coisa que machuca, dói, maltrata, mas não mata. Apesar da conversa dura e difícil, saí com o mesmo sentimento que saí da prova de domingo, fiz sim o meu melhor, o que eu podia ter feito e o resultado não depende de mim. Afinal, nem sempre o estudo, o esforço e a dedicação são recompensados.
                               Não tenho nenhuma outra 'prova' em mente, mas não quero ficar remoendo 'conteúdos' já ultrapassados pra alguém. E como me disse uma leonina ontem: O mundo dá voltas.  Vou ajudá-lo a girar mais rápido e com  apoio,ombro e colo de alguns amigos/amigas leoninas, virginianas, escorpianas e do libriano, tentarei fazer com que gire mais de pressa.
                                E agora é torcer pra que a decisão tenha sido madura. Ainda não to com discernimento pra decifrar isso.  Mas, ainda tenho muito mais que 24 anos pela frente (espero) e outras tantas 'provas ' estarão no meu caminho e se eu não 'passar' de novo,não tem problema, eles perderam muito mais do que eu. Como diz a propaganda:  Ser diferente é normal.
                               Um dia passa. Tudo passa. E #moveon.  

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Metalinguística e outras figuras.

             Admiro as pessoas que conseguem escrever ficções e contos.  Pra mim, escrever é algo tão pessoal, tão íntimo, que é como se eu estivesse nua na frente de algum estranho, e ele, ficasse ali analisando as gorduras localizadas do meu corpo. Escrever pra um blog é mais íntimo ainda, afinal, ninguém em sã consciência divulga fotos suas nuas na internet né?
             E por ser assim tão íntimo é que não consigo me imaginar escrevendo sobre algo que não vivenciei. O problema é que já percebi que quando conto algo pra alguém acabo aumentando, diminuindo ou elevando certos pontos que EU julgo importante, é complicado ser imparcial. Comigo pelo menos é assim, dificilmente repasso algum fato do meu dia a alguém com completa isenção. Se eu falo de uma pessoa que alguma amiga minha não goste, certamente incluirei na história comentários maldosos sobre o ser em questão.  Ou se algo ruim acontece no meu dia, quando repasso a história acabo por ressaltar os pontos ruins com o escopo de induzir, mesmo que sem intenção, o ouvinte a acreditar que meu dia foi realmente uma porcaria.
            Já me disseram que isso é o que faz um bom advogado, um bom jornalista e um bom escritor. Não sei se é bem verdade, acho um pouco antiético isso, mas, enfim...
            O que eu queria dizer quando abri o documento do Word e comecei a escrever é que... não sei o que eu queria, na verdade, eu queria escrever, sem tema, sem preocupação se o estranho aí  que está me lendo agora está achando que seria melhor não me ver ‘nua’, pra ele, me reporto as primeiras linhas do Blog, àquelas , logo abaixo das duas palavras que foram aleatoriamente escolhidas para dar nome a isto.
           Aos demais, (duvido que tenha mais que um lendo), continuemos. Hoje, postei o meu primeiro texto, não o primeiro da minha vida, claro, sempre escrevi muito, até publiquei alguns artigos científicos já, mas eles eram cheio de pretensões vazias  e normas da ABNT, maldita ABNT , que você e suas normas morram (quem já foi obrigado a fazer uso delas sabe bem o que estou falando).  Esse foi o primeiro texto que escrevi com o objetivo claro de posta-lo, e me surpreendi que não foi difícil fazê-lo, levei coisa de 20 minutos e ‘boom’ estava pronto e disponível para quem quisesse ler.
            E como sou dependente de opiniões alheias, não qualquer opinião, apenas das pessoas que são importantes pra mim, mostrei esse o blog para 4 amigos e todos gostaram, ou mentiram pra mim.  Prefiro acreditar que gostaram e como quem manda aqui sou eu – pelo menos aqui, vou continuar postando textos despretensiosos, a maioria deles sobre coisas que aconteceram comigo ou que eu presenciei, então, se você convive muito comigo cuidado você pode ser o tema da próxima postagem.
           Vou continuar assim: nua e postando minhas fotos na internet, para que você leitor fique analisando cada centímetro do meu corpo e quem sabe escrevendo habitualmente eu fique com menos gordura localizada, com a bunda mais dura, as coxas mais grossas e você ao invés de analisar as imperfeições passe a querer me comer.  Essa não é minha pretensão, pelo simples fato que eu não tenho nenhuma.
           Ah, se você não entendeu o título sabe menos que eu (o que me deixa feliz não vou mentir) e ao invés de procurar no Google, leia Esaú e Jacó – Machado de Assis e alguns poemas de Drummond. E  Boa sorte pra nós.