terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu já, você não.

                   E foi durante uma viagem à Europa que a gente se conheceu. Mentira, mas achei chique começar assim, um começo de post muito melhor do que seria se eu contasse a verdade...
                              Já se passou um bom tempo. A minha vida mudou, ficou mais conturbada, confusa, tumultuada, temerosa, mas eu vivi melhor.
                               Às vezes estamos juntas, as vezes separadas, mas sempre presente quando mais precisamos. Se uma some a outra aparece.  Eu sei tudo sobre ela (acho) e ela sabe tudo sobre mim (certeza) . Eu se fosse você e quisesse pega-la me trataria muito bem.  Eu se fosse você e quisesse me pegar, além de me tratar MUITO bem, bem mesmo,  a tratava também. Pode ser útil.  Acredite.
                               Tenho certeza que você não sabe que ela adora flores, adora palavras bonitas e sinceras muito mais do que adora uma jóia cara, mas dê a jóia cara também. Não sabe que eu comia carninha ruim quando ela tinha que comer e que eu não bebia coca-cola quando o estômago dela não permitia (e fiquei sem beber por muito tempo). Não sabe que ela tinha medo de perder a personalidade por ter que comer carninha...e não foi você que disse o quanto admirava ela em tantas outras coisas.
                               Se o seu nome começa com ‘ R’ e termina com ‘o’ eu te daria dicas valiosas para conquista-la : Compre uma caixa de sonho de valsa, outra de bombons recheados de cereja, diga o quanto você odeia ler e o quando é adepto a tortura de animais. E aproveita que a dica tá de graça hoje e que eu nem levei em conta o quanto eu te odeio e tenho um ciúme absurdo, daqueles que supera o racional, que dói. E leva outra valiosa dica REZE pra NUNCA me encontrar por aí, afinal, não consigo controlar o terceiro pedal do meu carro.
                               Aposto uma meia velha e furada que você não sabe que se ela pudesse comeria todo o pote de sorvete de milho e que mesmo sem poder ela come, que a parede do quarto dela é azul, que perto da casa dela tem uma pracinha com banquinhos que já presenciaram muitas das nossas conversas, muitas mesmo.
                               Você já fez um vídeo com desenhos do paint pra ela e postou no youtube? Não? Então, desculpa, mas ela não vai casar com você.  Você estava lá quando o mosaico ficou pronto? Estava junto nas aulas de sábado?  Não, né? Imaginei, não me lembro de você por lá.
                               Você também nunca falou por mais de 20 horas com ela durante quase quatro meses, nunca atrapalhou as aulas, os intervalos, os almoços em família. Você nunca vai saber sobre o Jamal, sobre os bicos, sobre as manhas, sobre coisas que só a madrugada sabe.  Você não sabe o efeito que cerveja com groselha causa nela e que no mesmo dia que eu descobri perdi uma lasca do meu pé.
                               Você NUNCA a viu do jeito mais frágil, com o olhar mais forte e com a coragem pra viver que eu invejo todo dia. Você nunca ouviu ela dizer  que te ama enquanto andava pela areia da praia, descalça , vendo o mar...
                               Você não tem dois filhos com ela, dois filhos iguais, comprados achando sinceramente que eram diferentes. Não tem.
                               Ela nunca chorou com você, nunca partilhou nada que realmente importasse. Você nunca confiou nela a ponto de contar coisas que te machucam ao lembrar.  Não é pra você que ela conta todos os namoros, casos, pegas e as fodas avulsas. Não, ela não faz isso, brinquei.
                               Você, tenho certeza, não faria de tudo pra não ouvir a voz triste dela ao telefone, não imitaria voz de criança, nem dividiria os homens nus do seu ‘aguem’, não falaria nomes de cidades difíceis só pra ouvir aquela risada gostosa no telefone e nem mostraria pra ela o quanto acha errado ela oferecer tudo isso pra quem não merece.
                                Você não se preocupa, não se importa, não trocaria a tua paz pela dor dela, você é passageiro, é breve, não veio pra ficar. E no que depender de mim vai continuar ocupando a mesma posição que já ocupa : nenhuma.
                               E mesmo que algum de vocês faça por merecer estar ao lado dela,  eu vou continuar aqui, sendo a Vida da vida dela.
                              

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Move on

                           Duas coisas me fazem escrever melhor  (no meu conceito, claro):  o amor e  a fossa .  Então aproveitemos a inspiração dada a mim no final de semana, borá atualizar essa budega. E por mais que eu esteja tentada a discorrer de forma emotiva, temperamental e emo sobre o que aconteceu, não o farei.
                               Começarei com uma frase dita por uma amiga no sábado a noite, momentos após eu ter pedido pra ela me desejar sorte: ‘ Escorpiana não precisa de sorte precisa de vontade’. 
                               Vontade.  Ta aí a palavra que marcou meu final de semana.
                               A tal palavrinha começou a ser exercida na sexta-feira, a falta de disposição pra me encontrar com uma amiga acabou atraindo coisas negativas e realmente não a vi, e quer saber foi melhor assim, tenho certeza que ela também pensa assim, agora.
                               Quanto mais o relógio insistia em andar mais eu sentia algo me afligindo, a falta de vontade de ir pra aula, o projeto do mestrado pra desenvolver, a prova de domingo, tudo isso parecia que não me pertencia, mas eu segui em frente pra cumprir tabela.
                               Cheguei a São Paulo e fui pro meu ritual habitual: Mc, LAB,  biblioteca, aula e eu continuava não querendo estar ali.  E como uma sexta-feira típica paulistana, o frio e o trânsito da Paulista imperavam.
                               Ainda no caminho veio o convite  - festinha na usp? – Ah não sei. – 4 latas de skoll por R$ 5,00. – Daqui uma hora estou pronta.  Passamos o P3 e chegamos na rockeria, cerveja, rock do lado de fora, funk no refeitório e tudo estava mais ou menos. Nem tão bom nem tão ruim.  Uma galera fantasiada, pra manter a tradição, lembro de ter visto a mulher maravilha, Noel, Zorro, e uns garotos fantasiados de RESTART, mas nesse caso, não era fantasia eles se vestiam assim mesmo... E quem sou eu pra criticar a banda  que ganhou 5 VMBs ? Bom, eu sou eu.  E aquilo não devia ser chamado de música.
                               Totalmente  sem expectativas pra noite, eis que surge um amigo de doze anos atrás, eu confesso que nem o nome eu lembrava, mas o rosto tava guardado e as brincadeiras na piscina dos Astúrias também.  E pra surpresa ele agora é quase um vizinho, bixo na USP, mais alto, o mesmo cabelo loiro, mas com muito menos espinha.
                               E o libriano caiçara foi a feliz surpresa da noite, conversamos, dançamos e bebemos a valer, lembro dele pegado uma japonesa e eu pensando : - Danadoooo, cresceu.   Como o álcool a essa hora já fazia efeito eu não  me lembro de todos os tópicos discutidos com ele esse final de semana, mas foram muitos, de festas na FAUS a problemas de família. Foi bacana rever um amigo.
                               Dormi e quando acordei meu transtorno obsessivo compulsivo teve inicio, mal abri os olhos e já tava procurando o celular, tinham 3 sms, mas nenhuma de quem eu esperava... e foi assim o sábado , o domingo e é assim que vai ser agora.  
                               Sábado eu repeti a saída com o amigo libriano e que não acredita  em signos, mas ele é um típico libriano, até nisso. Bom papo, boa companhia e muitas risadas pra que eu esquecesse algumas coisas.
                               No domingo até aconteceram algumas coisas bacanas de manhã, fora o frio, e fica a dica: Nunca lave todos os seus moletons de uma vez só.  
                               A noite eu tomei coragem pra resolver  um ‘problema’ que se arrastava por um tempo, apesar do medo da resposta, e de levar meia hora pra formular 10 linhas no MSN, apertei o enter, e o que eu esperava aconteceu.  Ler de alguém que você gosta que aquilo que você achava que era uma qualidade na verdade te torna ‘diferente’ e um diferente que pelo visto não é bom, machuca, acreditem! 
                               O bom de se ter vivido quase 24 anos é que sabemos que tem coisa que machuca, dói, maltrata, mas não mata. Apesar da conversa dura e difícil, saí com o mesmo sentimento que saí da prova de domingo, fiz sim o meu melhor, o que eu podia ter feito e o resultado não depende de mim. Afinal, nem sempre o estudo, o esforço e a dedicação são recompensados.
                               Não tenho nenhuma outra 'prova' em mente, mas não quero ficar remoendo 'conteúdos' já ultrapassados pra alguém. E como me disse uma leonina ontem: O mundo dá voltas.  Vou ajudá-lo a girar mais rápido e com  apoio,ombro e colo de alguns amigos/amigas leoninas, virginianas, escorpianas e do libriano, tentarei fazer com que gire mais de pressa.
                                E agora é torcer pra que a decisão tenha sido madura. Ainda não to com discernimento pra decifrar isso.  Mas, ainda tenho muito mais que 24 anos pela frente (espero) e outras tantas 'provas ' estarão no meu caminho e se eu não 'passar' de novo,não tem problema, eles perderam muito mais do que eu. Como diz a propaganda:  Ser diferente é normal.
                               Um dia passa. Tudo passa. E #moveon.  

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Metalinguística e outras figuras.

             Admiro as pessoas que conseguem escrever ficções e contos.  Pra mim, escrever é algo tão pessoal, tão íntimo, que é como se eu estivesse nua na frente de algum estranho, e ele, ficasse ali analisando as gorduras localizadas do meu corpo. Escrever pra um blog é mais íntimo ainda, afinal, ninguém em sã consciência divulga fotos suas nuas na internet né?
             E por ser assim tão íntimo é que não consigo me imaginar escrevendo sobre algo que não vivenciei. O problema é que já percebi que quando conto algo pra alguém acabo aumentando, diminuindo ou elevando certos pontos que EU julgo importante, é complicado ser imparcial. Comigo pelo menos é assim, dificilmente repasso algum fato do meu dia a alguém com completa isenção. Se eu falo de uma pessoa que alguma amiga minha não goste, certamente incluirei na história comentários maldosos sobre o ser em questão.  Ou se algo ruim acontece no meu dia, quando repasso a história acabo por ressaltar os pontos ruins com o escopo de induzir, mesmo que sem intenção, o ouvinte a acreditar que meu dia foi realmente uma porcaria.
            Já me disseram que isso é o que faz um bom advogado, um bom jornalista e um bom escritor. Não sei se é bem verdade, acho um pouco antiético isso, mas, enfim...
            O que eu queria dizer quando abri o documento do Word e comecei a escrever é que... não sei o que eu queria, na verdade, eu queria escrever, sem tema, sem preocupação se o estranho aí  que está me lendo agora está achando que seria melhor não me ver ‘nua’, pra ele, me reporto as primeiras linhas do Blog, àquelas , logo abaixo das duas palavras que foram aleatoriamente escolhidas para dar nome a isto.
           Aos demais, (duvido que tenha mais que um lendo), continuemos. Hoje, postei o meu primeiro texto, não o primeiro da minha vida, claro, sempre escrevi muito, até publiquei alguns artigos científicos já, mas eles eram cheio de pretensões vazias  e normas da ABNT, maldita ABNT , que você e suas normas morram (quem já foi obrigado a fazer uso delas sabe bem o que estou falando).  Esse foi o primeiro texto que escrevi com o objetivo claro de posta-lo, e me surpreendi que não foi difícil fazê-lo, levei coisa de 20 minutos e ‘boom’ estava pronto e disponível para quem quisesse ler.
            E como sou dependente de opiniões alheias, não qualquer opinião, apenas das pessoas que são importantes pra mim, mostrei esse o blog para 4 amigos e todos gostaram, ou mentiram pra mim.  Prefiro acreditar que gostaram e como quem manda aqui sou eu – pelo menos aqui, vou continuar postando textos despretensiosos, a maioria deles sobre coisas que aconteceram comigo ou que eu presenciei, então, se você convive muito comigo cuidado você pode ser o tema da próxima postagem.
           Vou continuar assim: nua e postando minhas fotos na internet, para que você leitor fique analisando cada centímetro do meu corpo e quem sabe escrevendo habitualmente eu fique com menos gordura localizada, com a bunda mais dura, as coxas mais grossas e você ao invés de analisar as imperfeições passe a querer me comer.  Essa não é minha pretensão, pelo simples fato que eu não tenho nenhuma.
           Ah, se você não entendeu o título sabe menos que eu (o que me deixa feliz não vou mentir) e ao invés de procurar no Google, leia Esaú e Jacó – Machado de Assis e alguns poemas de Drummond. E  Boa sorte pra nós.