sexta-feira, 22 de outubro de 2010

True to myself

                               Engraçado que com quase 24 anos de idade eu me pego com algumas manias , ou melhor, alguns problemas que trago desde criança.  Falar. Ta aí uma dificuldade que eu tenho, quem me conhece vai imaginar que estou falando do meu pequeno, minúsculo e imperceptível problema com a letra ‘r’. Não, não é disso que falo. Quem me conhece bem ( e isso eu conto nos dedos de uma só mão e até acho que sobrem dedos ) vai saber que em algumas situações peculiares eu simplesmente não consigo falar, eu travo e não saí nada.             
                                Normalmente isso acontece em situações de grande estresse : cíumes, raiva, tristeza e blá blá blá.  Eu penso tudo o que eu gostaria de falar mas simplesmente não sai e me reservo no direito de dizer: ‘ok, tudo bem’. Muito maduro não ? A minha sorte é que isso acontece apenas com problemas meus , senão eu seria uma advogada morta de fome.
                                Ontem eu descobri que além das situações de grande estresse eu também travo quando tenho medo/vergonha/receio do que a outra pessoa vai pensar de mim, e isso, claro, porque a pessoa em questão é importante na minha vida. Enrolei por mais de meia hora pra começar a contar algo que falei em 9 minutos, sendo que 8 deles nada tinham a ver com o que realmente interessava. Só depois de certo tempo, quando o sono já batia (e o sono em mim tem o mesmo efeito da bebida) e que o ‘nível’ da conversa foi melhorando.
                                Não conseguir falar algo que eu preciso pra uma pessoa que eu sei que não vai me julgar é algo que me incomoda de verdade. O que me tranquiliza é que eu sei que não sou a única com esse problema, acho até que é muita gente tem e não assume. Não é fácil dizer certas coisas e tomar certas atitudes muito menos.
                                Não é fácil tirar alguem da nossa vida quando ainda gostamos e por mais que saibamos que não vai dar em nada, sempre aparece um maldito pensamento: ‘ e se de repente’ ..  ‘E se' é a maior auto-enganação que existe.
                                Ser sincero é dificil e ser sincero consigo mesmo é ainda pior, por mais que a gente saiba que àquela pessoa não vale nada, não é digna de confiança, tem um nariz de platina ou uma namorada infantil, lunática e mesmo assim ele está com ela não é fácil odiar tais pessoas. Por quê?
                                Deveria existir um botão que apagasse algumas pessoas da nossa vida, já que eu não consigo mandar embora quem me machuca o botão era uma solução que eu poderia utilizar bebada, né? E não venha me dizer que o sofrimento enobrece o homem e que eu seria uma pessoa diferente hoje se não tivesse passado por todos os problemas que passei, pra você, eu só digo: mimimi. (Sim, tenho 23 anos, juro!) . Se acha mesmo isso, pegue minhas dores e vá ser feliz , alí, bem longe de mim. Vai.
                                Acho uma puta bobagem a segunda parte daquele mandamento: ‘Amai (...) e ao próximo como a ti mesmo’. O erro todo começa aí, deveriamos quando criança, sermos educados com o seguinte pensamento: Ame você, você, você  e depois se sobrar espaço goste um pouquinho do seu próximo. Eu nunca vi uma pessoa que pensa assim (e eu conheço algumas) sofrer por alguém, abrir mão de coisas por alguém e se colocar em segundo plano. E vai me dizer que esse tipo de pessoa age mal ?
                                Pode até agir mal, mas é o que eu quero pra mim. Hoje,  não acredito em quase nada e em quase ninguém e a culpa disso é só minha que não enxerguei as coisas dessa forma no tempo certo.
                                Ser mau é o que pega, ser do mal, pra mim, hoje, é uma forma de mudança sim, de evolução SIM, afinal não sentir o ar faltar, o coração apertar e o mundo cair parece uma forma bacana de se viver. Não acha?
                                Então, prometo que vou tentar ser mais sincera comigo mesmo, pensar menos nas pessoas que não devo e viver uma versão nova, muito mais do mal que a de antes., tentando falar mais o que eu penso, usar menos o gerúndio e dormir mais sem meias. Só espero que essa não seja só mais uma forma de auto-enganação.
                                'Call me selfish if you will, my life I alone I can live . I say, Isay.'  ♪ ♫

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